A agulha e o novelo

Leitura Bíblica: Eclesiastes 3.12-15

Quanto a mim, confio em ti, SENHOR. Eu disse: tu és o meu Deus (Sl 31.14).


Uma fábula de Machado de Assis diz: Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: Por que está você com esse ar, todo cheio de si, todo enrolado, para fingir que vale alguma coisa neste mundo? Que lhe importa o meu ar? Sou orgulhoso porque coso os vestidos e enfeites de nossa ama - respondeu o novelo. Disse então a agulha: Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu? O novelo replicou: Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados. Estavam nisto, quando a costureira chegou na casa. Pegou do pano, pegou a agulha, pegou a linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. E dizia a agulha: Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima. Veio a noite do baile, e a dona da casa colocou o vestido. Perguntou a linha a agulha: Enquanto você volta para a caixinha da costureira diga-me quem é que vai ao baile?  

Lendo esta história é fácil identificar a vaidade das duas. A linha não reconhece a importância da agulha. Acha que é melhor porque ocupa um lugar de maior destaque. A agulha, da mesma forma, se acha mais importante porque sem o seu trabalho não existiria vestido. Esta fábula ilustra como às vezes nós temos a tendência de achar que o que fazemos é melhor. Esquecemos de valorizar o trabalho de nossos companheiros. Esquecemos que dependemos da direção de Deus. Assim como agulha e linha não teriam grande utilidade sem as habilidosas mãos da costureira, nosso valor e importância estão relacionados à nossa união com os demais irmãos, quando junto com outras pessoas somos trabalhados pela mão de Deus. 

Busquemos viver em humildade, reconhecendo a importância de cada pessoa e gratos a Deus porque tudo que temos vem do Senhor. 


Grande é o Senhor. 

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