Escrever na areia


Leitura Bíblica: 2 Coríntios 2.5-11

Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará (Mt 6.14).

Certa feita, dois amigos, Mussa e Nagib, viajavam e ao chegarem às margens de um grande rio barrento e impetuoso, era preciso transpor a corrente ameaçadora. Porém, ao saltar de uma pedra, Mussa foi infeliz e caiu no torvelinho espumante das águas em revolta. Teria ali perecido, arrastado para o abismo, se não fosse Nagib. Este, sem a menor hesitação, atirou-se à correnteza, livrando da morte seu companheiro de jornada. Mussa, então, gravou na face lisa de uma pedra, que ali se erguia, esta legenda admirável: “VIAJANTE, NESTE LUGAR, COM RISCO DA PRÓPRIA VIDA, NAGIB SALVOU HEROICAMENTE SEU AMIGO MUSSA”. Feito isso, prosseguiram. Cinco meses depois, durante a viajem de regresso, encontravam-se os dois amigos naquele mesmo lugar perigoso e trágico. E, como estavam fatigados, resolveram repousar à sombra acolhedora da pedra que ostentava a honrosa inscrição feita por Mussa. Já acomodados na areia clara, começaram a conversar, e, eis que por motivo fútil, surgiu de repente grave desavença entre os dois companheiros. E então Nagib exaltado em um ímpeto de grande cólera esbofeteou brutalmente o amigo. Mussa, sem dizer palavra alguma, não revidou a ofensa. Ergueu-se e tomando tranquilo o seu bastão andou até a margem do grande rio. Ali escreveu na areia, ao pé do negro rochedo: “VIAJANTE, NESTE LUGAR POR MOTIVO FÚTIL, NAGIB INJURIOU GRAVEMENTE SEU AMIGO MUSSA”. Nagib ficou muito surpreendido com o estranho ato. Mussa fitou-o e esclareceu: - O benefício que recebi de você permanecerá para sempre em meu coração. Mas a injúria escrevo na areia, com o voto de que ela desapareça rapidamente não só do local onde a registrei, mas também das minhas lembranças. 
Precisamos aprender a gravar na pedra as coisas boas que as pessoas nos fazem. E principalmente aprender a perdoar, deixar o vento levar e apagar o que nos fizeram de mal. 

Perdoar é conhecer o que é amar. 

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