A VINGANÇA

Mateus 5.38-42

A mim pertence a vingança e a retribuição. (Dt 32.35a)

Este texto bíblico é objeto de indagação e admiração por ser tão desafiador. Trata-se da atitude de amor total que Cristo manda que demonstremos aos nossos inimigos. É dever abster-se completamente da vingança e, conforme o texto, deve-se até permitir à pessoa perversa dobrar a injúria.
O padrão que Deus exige é o padrão que ele mesmo cumpriu. Na crucificação de Jesus, a polícia judia cuspiu nele, vendou-lhe os olhos e bateu-lhe no rosto, coroaram-no com espinhos, zombaram dele. Jesus com infinita dignidade do alto controle do amor permaneceu calado.
Não se vingar, não significa de forma alguma ser covarde ou ser alguém que não oferece resistência. Refere-se a alguém forte, cujo controle de si mesmo e cujo amor aos outros é tão poderoso que rejeita absolutamente qualquer forma concebível de retaliação.
Devemos recusar a “satisfação” da vingança, o gostinho da desforra. O princípio do texto é o amor. O amor altruísta de uma pessoa que, quando ferida, recusa-se a satisfazer o seu ego através da vingança.
A vingança é uma ação de ódio, multiplicadora do mal. Não devemos retribuir o mal com o mal e sim, vencer o mal com o bem. O ódio multiplica o ódio e é tão perigoso para a pessoa que odeia, quanto para a sua vítima. O ódio fere todas as partes, mas acima de tudo o amor é a única força capaz de transformar um inimigo em amigo. A vingança incentiva a irresponsabilidade, que incentiva o mal.
A vingança é prerrogativa de Deus. Não há porque tentar fazer justiça com as próprias mãos. Não temos este direito. Fazer isso é não confiar que Deus, no tempo certo e de forma correta, irá julgar a todos os homens.
É preciso buscar ser livre de todo tipo de vingança. Não só na ação, mas também no coração. Já existe muito ódio no mundo, precisamos alimentar nosso coração com mais amor e gratidão. Temos pouco tempo de vida e não devemos gastá-lo desejando o mal para as pessoas.

Não revidar a uma ofensa é a melhor forma de punir alguém.

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